Criado em 29 de outubro de 1928, após ter sido desmembrado de Santa Cruz, Currais Novos, Lajes e Macaíba, o município de São Tomé está localizado na Borborema Potiguar e fica distante 101 km da capital potiguar.
Segundo Câmara Cascudo, em seu livro Nomes da Terra, foi elevada a cidade em 29 de março de 1938, tendo a sede sido instalada na povoação de São Tomé, também denominada de Santa Teresa, na ribeira do Potengi.
Com o território dividido em sesmarias desde a metade do Século XVIII, Francisco Diniz da Penha, requereu e obteve em 10 de janeiro de 1736, a Carta de Data e sesmarias do Pica-Pau. De posse da Data, Francisco Diniz edificou uma fazenda de gado, construiu as primeiras casas, estabeleceram as primeiras culturas e permaneceu em atividade ao longo do tempo, mesmo tendo sua área reduzida. A povoação da região começou a acontecer de maneira esparsa, com várias prosperidades sendo instaladas. Um dos importantes proprietários da região foi José da Costa Vilarinho, que nos idos de 1758, possuía grande faixa de terra compreendida entre a Data Pica-Pau e a Pedra Preta, situadas nas proximidades do rio Potengi. Mas o povoamento propriamente dito começou a existir a partir da Fazenda Barra, inicialmente pertencente ao Coronel Francisco de Araújo Correia. Mesmo dividida, no ano de 1870, e suas terras dispersas entre muitos donos, a Fazenda Barra veio a dar origem ao povoado de São Tomé.
Por volta de 1890, a localidade tinha uma casa comercial pertencente a Tomás de Moura Barbosa, chamada Bodega. Em torno da Bodega de seu Tomás, foram construídas várias moradias e o povoado começou a tomar forma, aglutinando novas famílias interessadas no trabalho agrícola, na mobilização em torno do algodão e nas boas condições que o lugar oferecia para a criação de gado. Com o crescimento do povoado, os irmãos Inácio Bezerra de Melo e Francisco Antônio de Melo construíram uma capela a Nossa Senhora da Conceição, entre os anos de 1894 e 1896.
Gentílico: são-tomeense
Aniversário: 29 de Outubro
População: 11.051 habitantes (Estimativa IBGE/2021)
Municípios limítrofes: ao Norte com Caiçara do Rio do Vento, Lajes e Rui Barbosa; ao Sul com Lajes Pintadas, Campo Redondo e Santa Cruz; ao Leste com Barcelona, Rui Barbosa e Sítio Novo e ao Oeste com Cerro Corá e Currais Novos.
Padroeira: Nossa Senhora da Conceição
ENTREVISTA
Anteomar (Babá) Pereira
Quais são os grandes desafios em administrar São Tomé?
O maior desafio que a gente sente hoje é a falta da geração de emprego e renda. Estamos buscando alternativas, fazendo parcerias com o Sebrae, Sesi, Senai para fazer cursos profissionalizantes e de capacitação, para atrair indústrias têxteis para o município, facções de costura. O município ainda é o maior empregador e nós queremos mudar isso.
Nós também criamos recentemente o Conselho Municipal de Turismo e estamos viabilizando estratégias para desenvolvimento do eco turismo e do turismo de aventuras, já que temos muitas trilhas, serras bonitas, muito potencial a ser conhecido.
É a quarta vez que você administra o município. Tem ficado mais fácil ou tem ficado mais difícil?
Na verdade, esse quarto mandato agora, com a mudança do presidente, tem melhorado muito para os municípios, essa questão financeira principalmente. Os municípios não têm tido muitas dificuldades financeiras. Não só São Tomé, mas a grande maioria. Apesar da pandemia, não faltaram recursos, o FPM – Fundo de Participação dos Municípios – tem crescido muito. O ano passado ele cresceu 30% em relação ao ano anterior. Além disso, as emendas e convênios não estão tendo dificuldades de pagamento. Hoje, a gente só inicia uma obra com o dinheiro na frente, e isso tem ajudado muito.
Ser presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte – FEMURN ajuda nesse processo?
Não é que ajude, traz muito trabalho, a gente tem uma dedicação muito grande à federação exatamente para buscar os interesses dos municípios e temos travado brigas com o governo do Estado, principalmente, porque nós queremos receber o que é referente aos municípios e não tem sido repassado. Então, estamos na Justiça para que a gente possa receber tudo que é devido aos municípios. E, em parceria com a Confederação Nacional dos Municípios – CNM, temos tratado das questões nacionais. A pauta municipalista é muito boa e a gente tem conseguido aprovar alguns projetos, como aquele adicional de 1% do FPM, em setembro do ano passado. Foi uma luta muito grande que já vinha desde 2017 e que a partir deste ano vai começar a ser pago.
Voltando para São Tomé, quais são as grandes conquistas de sua administração?
Nós podemos dizer que conseguimos equacionar um problema grave que era o atraso no pagamento dos servidores. Conseguimos também resolver o problema do Plano de Cargos, Carreiras e Salários do Magistério. A prefeitura dizia que não tinha condições de pagar, não pagava e os professores sempre tinham problema para receber seus salários, não tinha data certa… É tanto que quando eu cheguei à prefeitura peguei dois meses de salários atrasados. Resolvemos isso aí.
Reformamos todas as Unidades Básicas de Saúde – UBS do município. Na zona urbana, estavam todas amontoadas no hospital, nós descentralizamos.
A parte de infraestrutura, de estradas, nós conseguimos recuperar também. O equipamento que faz esse conserto também estava quebrado e fizemos os reparos necessários. Não temos mais terceirizados no transporte escolar, já que conseguimos montar um frota própria do município. Enfim, são várias ações. Pavimentamos mais de 80 ruas. Estamos asfaltando algumas. Perfuramos e instalamos mais de 20 poços na zona rural, construímos passagens molhadas e estamos pavimentando alguns acessos. Conseguimos adutoras para várias comunidades rurais e diversos veículos, como carro-pipa, tratores, retroescavadeiras, ônibus para transportes de pacientes para Natal. Temos uma estrutura hoje muito boa em relação ao que pegamos quando assumimos a prefeitura.
O que um visitante vai encontrar em São Tomé?
Eu acredito que vai encontrar uma cidade bonita, bem estruturada, com um povo mais feliz, que hoje tem orgulho de dizer que é de São Tomé. E isso é comprovado pelas pesquisas que temos – acabei de fazer uma agora – e a nossa aprovação está em mais de 78%. Então, mostra o reflexo que estamos fazendo no município e não é fácil você num quarto mandato ter essa aprovação, né?